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domingo, 26 de novembro de 2017

Glorioso Jesus conforme Colossenses 1.15-17

15 Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 
16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 
17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. (Colossenses 1.15-17)

Em sua carta a Timóteo, o Apóstolo Paulo também ressalta que Deus Pai “habita na Luz inacessível e que nenhum homem viu nem pode ver” (1Tm 6.16). Deus Pai é invisível, mas em Jesus podemos contemplar o Deus invisível, Jesus é a imagem de Deus, e imagem aqui não é uma cópia, mas a própria essência do Deus Pai. Filipe pediu a Jesus mostra-lhes o Pai e Jesus respondeu: “Faz tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Filipe? Quem me vê, vê o Pai… Eu estou no Pai e o Pai está em mim.” João 14.8-11 Jesus é a visibilidade do Deus invisível, Jesus é Deus manifestado em carne e nele contemplamos a face de Deus.

Em nossa cultura primogênito traz apenas a ideia de filho mais velho, que nasceu primeiro, mas na cultura hebraica o termo tem um sentido diferente, tem sentido de grau de importância, o herdeiro da família. Paulo se refere a Cristo como primogênito sobre toda a criação como o superior a toda criação. O termo não indica Jesus como o primeiro ser criando, longe disto, o termo indica Jesus como soberano de toda Criação. No versículo 17 Paulo destaca a eternidade de Cristo como aquele que é “antes de todas as coisas”. Antes da criação de tudo, de eternidade à eternidade, Jesus já existia (João 17.5, Salmos 90:2). Jesus como soberano sobre a Criação, criou todas as coisas nos céus e na terra… Jesus foi o agente da criação, como escreveu Paulo: “pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra… Tudo foi criado por meio dele e para ele.” Cristo é o agente da Criação do Pai e possui a primazia sobre tudo na criação e também na esfera de governos, “sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades”. Não há um cantinho neste mundo que não esteja sob o poder de Cristo, Ele é antes de tudo e Nele tudo subsiste.

Jesus não é apenas um grande ícone da história, mas o Deus que habitou entre nós, o homem mais sublime que já pisou na terra. Passagens como está que vemos acima, desperta profunda admiração e adoração, contemplar Cristo move meu coração e sinto compelido a adorá-lo e oferecer sem reservas toda minha vida. Glória a Jesus, bendito eternamente seja seu nome, Deus glorioso, toma minha vida para si e seja para sempre meu Senhor e Salvador, pois somente em seu afetuoso amor sinto-me feliz e satisfeito… não desejo nada além de estar contigo.

Nilson Mascolo Filho
https://sites.google.com/site/verdadesessenciaisdafecrista/

Colossenses 1.13,14 - Nossa Savalção

Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.” Colossenses 1.13,14

As Palavras do Apóstolo Paulo desperta nossa imaginação para obra Redentora como um cavaleiro vitorioso que invadiu o castelo do império do mal e nos resgatou para o Reino do amor de Jesus. Vemos aqui um contraste entre o império da trevas e o império do amor. Claramente Paulo descreve que este resgate é obra exclusiva de Deus, pois foi ELE quem nos libertou do império da trevas e não nós mesmos. Deus é o Senhor da nossa Salvação. A palavra original no grego, traduzida como império tem o sentido de domínio, poder e autoridade. Antes do resgate de Deus, as trevas tinham domínio sobre nós, éramos escravos sem liberdade, presos e subjugados. A trevas exercia seu poder, não havia forças em nós para vencê-la e debaixo de sua autoridade fazíamos sua vontade. Podemos entender ‘Trevas’ como as inclinações da nossa natureza pecaminosa, juntamente com a ação de Satanás e seus demônios sobre nossas vidas. Paulo descreve em outras cartas sobre a situação dos que vivem em trevas: Romanos 3.10-12; 7.23; Efésios 2.1 - 3; 2 Timóteo 3.1-5.

Diante desta difícil situação, Deus é o herói de amor incondicional que invade o império das trevas, resgata o pecador e o transporta para o reino do amor de Jesus. A palavra original no grego, traduzida como transportou (grego) nos trás a ideia de transferência de um grupo de pessoas de um local para outro, assim como Deus fez com seu povo, transportando da escravidão no Egito, passando pelo mar até a terra prometida. Deus nos transportou do império da trevas para o Reino do filho do seu amor e do lado de dentro do seu Reino, temos o privilégio viver em suas moradas, desfrutar do seu perdão e imenso amor.

N. Mascolo F.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Comentário de Colossenses 1.6,7 e 8

(1.6) que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade;
(1.7) segundo fostes instruídos por Epafras, nosso amado conservo e, quando a vós outros, fiel ministro de Cristo,
(1.8) o qual também nos relatou do vosso amor no Espírito.

Nos tempos de Paulo a igreja experimentou grande crescimento¹ e Paulo atribui este crescimento unicamente ao poder e a graça do verdadeiro evangelho de Cristo. Para Paulo o evangelho é quem está produzindo fruto nos crentes de Colossos e promovendo o crescimento por todo o mundo. Mundo aqui não diz respeito a conversão total da humanidade, mas a conversão de pessoas entre as diversas raças e nações no mundo. Os crentes de Colossos têm o consolo e a alegria de não serem os únicos, mas do mesmo modo, muitos outros cristãos espalhados por todo mundo, professam a mesma fé, operada pelo mesmo evangelho e Espirito Santo. Embora a firmeza e alegria de nossa fé não deve estar aliada a quantidade de pessoas que a professam, nossos corações se enche de alegria ao ver Deus operando sua obra em diversos lugares e nações.

O evangelho que seja eficaz, precisa ser verdadeiro e compreendido por parte daquele que recebe sua mensagem. O evangelho de Cristo envolve conteúdo e um entendimento intelectual. Algumas seitas exploram a parte emocional batizando inúmeras pessoas que não tem uma compreensão do evangelho e tão cedo abandonam o evangelho que “abraçaram” sem compreenderem. O evangelho de Cristo precisa envolver nosso intelecto e todo nosso ser. Paulo diz que os irmãos de Colossos produziram frutos desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade. O genuíno crente é aquele que ouviu, creu e entendeu a graça de Deus.

Epafras foi a ferramenta de Deus na conversão dos crentes de Colossos, foi ele quem pregou e evangelizou Colossos, instruído eles à fé Cristã. Epafras ministrava a igreja de Colossos e tinha especial amor por eles de modo a se esforçar sobremaneira em orações por eles, para que Deus os preservasse na genuína fé. Paulo considerava Epafras como seu “amado conservo e fiel ministro de Cristo” (Cl 1.7), o “servo de Cristo Jesus, o qual se esforça sobremaneira, continuamente, por vós nas orações, para vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus. E dele dou testemunho de que muito se preocupa por vós, pelos de Laodiceia e pelos de Hierápolis. ” (Cl 4.12-13).

Epafras em seu amor e preocupação pelos irmãos de Colossos, viajou até Roma e visitou Paulo em sua prisão domiciliar (Cl 4.3,10, 18) e relatou ao apóstolo sobre o amor no Espírito dos irmãos em Colossenses e os estranhos ensinamentos que ameaçavam a saúde da igreja (Cl 4.12-13). O amor é um precioso fruto da graça de Deus, operada pelo Espirito Santo em nós (Gl 5.22). Compartilhando do mesmo amor e preocupação de Epafras, Paulo escreveu essa inspirada carta para instruir a igreja de Colossos e também a igreja vizinha da cidade de Laodiceia (Cl 4.16).


Notas:
¹ O rápido progresso do evangelho nos primeiros tempos tem-se constituído sempre em objeto de espanto para o historiador. Em meados do século 2º, Justino, o Mártir escreveu: “Não existe nenhum povo – grego ou bárbaro, ou de qualquer outra raça, qual seja seu nome ou costumes possam distingui-los, ignorantes ou não das artes e agricultura, que habitam em tendas ou vagam em carroções cobertos – dentre os quais não se ofereçam orações e ação de graças no nome de Jesus Crucificado, ao Pai e Criador de todas as coisas” . Meio século mais tarde, Tertuliano acrescenta: “Surgimos apenas ontem e mesmo assim já enchemos as suas cidades, ilhas, campos, seus palácio, senado e fórum. Deixando lhes apenas seus templos”. R. H. Glover em The Progress of World-Wide Missions, pág. 39, diz: “Com base em todos os dados disponíveis, estima-se que até ao final do Período Apostólico o número total de discípulos cristãos tenha atingido meio milhão de pessoas. ” Pág. 309, William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).


Bibliografia:
João Calvino, comentário aos Colossenses, editora Fiel.
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo NVI, editora Vida.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Comentário de Colossenses 1.4 e 5.

(1.4) desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tentes para com todos os santos; 

(1.5) por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho,


Nos versos 4 a 6 Paulo relata o motivo da sua ação de graças a Deus pelo que Epafras relatou a ele sobre os irmãos em Colossos (Cl 1.7-8). A igreja de Colossos estava ameaçada por heresias que atacavam a suficiente fé em Jesus e Paulo escreve esta carta para combater tais heresias, no entanto, Paulo não deixa de reconhecer as virtudes que os irmãos de Colossenses tinham em Cristo Jesus. O primeiro motivo de Paulo em dar graças a Deus é pela fé em Cristo Jesus que os Colossenses tinham. Nas cartas de Paulo vemos claramente que a fé é dom de Deus (Ef 2.8) e está fé tem como foco central a Cristo Jesus. Por mais aparente fé uma pessoa possa ter, se Jesus não for o alvo da fé, é uma fé nula e sem valor. Os genuínos crentes têm a fé em Cristo Jesus e ter essa fé em Cristo tem um resultado direto e pratico que produz um fraterno amor aos irmãos. Paulo reconhece o amor dos irmãos Colossenses para com todos os santos. Já vimos no comentário do verso 2 que Paulo chama os crentes de santos no sentido de consagração, regenerados, separados do mundo e vivendo em santidade em Cristo Jesus. Um fraterno amor entre os crentes em Cristo Jesus é algo que todo cristão deve sentir, caso contrário, alguma coisa errada está em nós. Todos nós amamos nossos irmãos na carne e sangue, e do mesmo modo deve ser em relação aos nossos irmãos da carne e do sangue de Cristo. O apóstolo Pedro exorta: “tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (1 Pe 1.22 – veja também Gl 6.10). 

Paulo diz que os irmãos em Cristo de Colossenses nutriam amor pelos irmãos por causa da esperança que vos está preservada nos céus. Paulo não está dizendo aqui que a fonte que produz a fé e o amor, é a esperança, mas apenas que essa esperança nutri a fé e o amor. Sabemos que a fé e o amor, são dons de Deus (dom da fé Ef 2.8; dom do amor Rm 5.5; Cl 1.8). A esperança aqui é a firme certeza da vida eterna em Glória que nos está reservada nos céus. Quando olhamos para o nosso futuro com Cristo, somos nutridos na fé e no amor uns pelos outros. A esperança cristã é uma firme certeza do futuro glorioso que nos traz intensa alegria e amor em Cristo, por essa razão Paulo exorta: “regozijai-vos na esperança” (Rm 12.12).

Os irmãos de Colossenses foram instruídos por Epafras pela palavra da verdade do evangelho no que diz respeito a gloriosa vida eterna e morada preservada nos céus. A verdade do evangelho é a ferramenta do Espirito Santo em nossos corações. Não existe agir de Deus em nós a não ser pela Sagradas Escrituras revelando a Jesus e aplicado aos nossos corações pelo Espírito Santo. Tantos quantos desejam crescer mais e mais em Deus, devem sempre estar perscrutados nas palavras da verdade do evangelho.


Bibliografia:

João Calvino, comentário aos Colossenses, editora Fiel.
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo NVI, editora Vida.


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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Comentário de Colossenses 1.3

(1.3) Damos graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós,

Paulo passa a agradecer a Deus pelas boas notícias sobre os irmãos de Colossenses. Quando damos graças a Deus reconhecemos que dele flui as coisas que alcançamos e recebemos. A boa fé e o amor dos crentes de Colossos (Cl 1.4) não eram frutos produzidos por eles mesmos, mas obra de Deus em seus corações, por isso Paulo dava graças a Deus. O coração do homem só flui obras manchadas pelo pecado e rebeldia contra Deus (Ef 2.1-8; Gl 5.19-21), mas quando temos em nossos corações a fé em Cristo Jesus e o amor ao Evangelho, podemos ter certeza que é obra Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

Paulo ao usar o plural do verbo dar, ele inclui seu companheiro Timóteo¹ que estava junta dele quando escreveu a carta (Cl 1.1), deste modo, poderíamos entender assim: Eu e Timóteo damos graças a Deus quando oramos por vós. Vemos aqui a pratica de Paulo e Timóteo em orar pelos crentes e esta deve ser também nossa pratica de orarmos uns pelos outros.

Notas:
¹ Timóteo não era apóstolo como Paulo, mas era um jovem ministro que acompanhou Paulo em grande parte de suas viagens missionárias (At 17.14-17; 18.5; 19.22; 20.4), seu filho na fé (1 Tm 1.2) que o representou nas igrejas de Tessalônica (1 Ts 3.2,6), Corinto (1 Co 4.17; 16.10), Filipos (Fp 2.19,23) e Éfeso (1 Tm 1.3). Paulo escreveu duas cartas pastorais para seu filho na fé e cooperador: primeira e segunda Epístola de Paulo a Timóteo. Embora Paulo mencione Timóteo no início de sua carta aos Colossenses, não devemos pensar que ele teve alguma participação na escrita. Apenas Paulo é o autor da carta de Colossos, note que por toda a carta ele usa as Palavras, “eu, Paulo” (Confira Cl 1.23; 1.24-2.5; 4.3,7-18).

Bibliografia:
João Calvino, comentário aos Colossenses, editora Fiel.
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo NVI, editora Vida.

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domingo, 17 de julho de 2016

Comentário de Colossenses 1.2

(1.2) aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai.

O destinatário da carta de Paulo são “aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos”. Paulo chama os irmãos de Colossos de santos porque foram eleitos e separados do mundo, para viver para Glória de Deus. (Leia 1Pedro 2.9; João 15.18-19). Somos todos santos no sentido de consagração, regenerados, separados do mundo e vivendo em santidade. Não devemos pensar que o sentido de santos empregado por Paulo aqui, tem o mesmo sentido idolatra praticado pelo “catolicismo romano”¹. Por mais que vivermos em Santidade diante de Deus nesta vida, o pecado está enraizado profundamente em nosso ser, de modo que vivemos em altos e baixos diante de Deus. A santidade perfeita só será possível na Glorificação, quando Jesus voltar em Glória e recebermos um corpo glorificado, no qual removerá de nós toda a raiz do pecado e estaremos em um estado de perfeita comunhão com ele. Por enquanto nesta vida presente, antes da volta de Cristo, somos santos porque somos fiéis irmãos em Cristo, separado para uma vida consagrada a Ele, para proclamar suas virtudes e seu santo evangelho.

A carta tem um destinatário, os irmãos que se encontram em Colossos. Paulo escreve esta carta especialmente para a igreja em Colossos, mas também desejava que sua carta fosse lida na igreja de Laodicéia, que se encontrava na cidade vizinha (Cl 4.16). Vimos na parte introdutória deste comentário aos Colossenses (Considerações sobre a Cidade de Colossos), que a igreja em Colossos ficava na Ásia menor, acompanhado de duas igrejas localizadas nas cidades vizinhas, Laodicéia (Cl 2.1; 4.13-16) e Hierápolis (4.13). Destas três cidades próximas uma da outra, a cidade de Colossos era a menor cidade e a menos próspera. Os habitantes de Colossos se compunham de habitantes naturais da Frígia, região centro-oeste da Ásia Menor, pagãos idolatras que adorava várias divindades. Havia também entre os habitantes da cidade de Colossos um grande número de Judeus que prosperavam no comércio de lã tingidas e outros negócios. Portanto, a igreja de Colossos estava em meio de pagãos idolatras e judeus sob antiga aliança. Deus não escolhe pessoas ou cidades por causa de algum mérito que possua, mas por sua soberana vontade, segundo o beneplácito da sua vontade. (Ef 1.4-6; Dt 7:7-9)

Após se direcionar aos irmãos de Colossos, Paulo proclama sua saudação: graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai. Graça é um ato da bondade de Deus para com suas criaturas que não merecem seu favor. Graça é um favor imerecido para conosco. Quando não merecemos nada de Deus, e por sua misericórdia ele faz algum favor para conosco, então Deus exerce um ato de graça. O Apóstolo Paulo experimentou profundamente a graça de Deus, pois quando em trevas, perseguia cruelmente a igreja, mas sem que Paulo merecesse, Jesus apareceu pessoalmente a ele, convertendo seu coração, o libertou do império das trevas e o transportou para seu Reino de amor. (Leia Cl 1.13; Atos 9.1-30; 22.10-21; 26.15-18; Gl 1.13 -15). Nossa Salvação é ato da graça de Deus, como o apóstolo mesmo escreve: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” Efésios 2.8-9. Paulo, portanto, expressa em sua saudação seu desejo que os irmãos experimentassem desta graça de Deus que age em nosso favor, quando não merecemos nada, e nos sustenta em todas as coisas.

A paz é o resultado direto da graça que nos reconcilia com Deus e em comunhão com ele, sentimos seu amor que apazigua nossos corações, mesmo nos momentos mais turbulentos da vida. A paz do mundo é apenas a ausência de dificuldades e guerras, um sentimento de alegria quando as coisas estão indo bem. Mas a paz que provém de Deus não vem das circunstâncias desta vida, mas direto de Cristo Jesus (Leia Jo 14.27). A Paz que vem dos céus é transcendente, do alto, por essa razão, ela é incompreensível para aqueles que não estão ligados a Cristo. A Paz que vem de Deus também preserva nossa fé, Paulo escreveu em sua carta aos Filipenses que “a Paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.7). O Apóstolo Paulo experimentou em sua turbulenta vida a paz que provem de Deus, pois sofreu muitas dificuldade e dores (leia 2 Co 11.23-28), mas sempre as suportou pela força e a paz que provem de Deus. Paulo, portanto, expressa em sua saudação seu desejo que os irmãos experimentassem desta paz que provem da parte de Deus, nosso Pai.


Notas:
¹ O Catolicismos romano ensina que aqueles que viveram uma vida santa e exemplar, acumulam méritos diante de Deus e após a morte, podem ouvir as orações daqueles que o veneram aqui na terra, e interceder por elas diante de Deus. Para uma pessoa ser um Santo, é necessário ser reconhecida e canonizada pelas normas e preceitos da igreja apostólica romana.

Bibliografia:
João Calvino, comentário aos Colossenses, editora Fiel.
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo NVI, editora Vida.

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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Comentário de Colossenses 1.1

Prefácio e saudação
(1.1) Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo, (1.2) aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai.

1.1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo,

Paulo inicia sua carta com uma breve descrição de si mesmo, o “apóstolo de Cristo Jesus”. A igreja de Colossos não fora fundada¹ por Paulo e ele se apresenta para que seja reconhecida sua autoridade apostólica e assim sua carta linda como Palavra de Deus. O oficio de Apóstolo foi exercido apenas por Paulo, os doze discípulos de Cristo e ninguém mais. Um Apóstolo, tinha a mesma autoridade daquele que o enviou. Jesus é o Apóstolo de Deus Pai. Jesus é o principal Apóstolo e exerceu seu ministério terreno com toda a autoridade do Pai, rejeitar a Jesus, é rejeitar a Deus Pai. Devemos “considerar atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus.” (Hebreus 3.1 leia também Jo 14.9-11). Semelhantemente, o “apóstolo de Cristo Jesus”, exercera seu ministério Apostólico com a autoridade de Jesus. Rejeitar os ensinos do Apóstolo Paulo, é rejeitar os ensinos de Jesus. Os irmãos de Colossos ao reconhecer Paulo como Apóstolo, receberam sua carta como a verdadeira Palavra de Deus.

Paulo prossegue dizendo que seu apostolado não era por vontade de si mesmo ou dos homens, mas “por vontade de Deus”. De fato, a história do apóstolo Paulo é o testemunho e a prova da ação e eleição de Deus sobre sua vida. Paulo, antes da conversão se chamava Saulo, e perseguia cruelmente a igreja de Cristo, mas Jesus apareceu pessoalmente a ele, e o comissionou para ser seu apóstolo especial aos gentios (Leia Atos 9.1-30; 22.10-21; 26.15-18; Gl 1.13 -15).

Logo após se apresentar como o Apóstolo de Cristo Jesus, Paulo adiciona seu companheiro e cooperador, “o irmão Timóteo”. Timóteo não era apóstolo como Paulo, mas era um jovem ministro que acompanhou Paulo em grande parte de suas viagens missionárias (At 17.14-17; 18.5; 19.22; 20.4), seu filho na fé (1 Tm 1.2) que o representou nas igrejas de Tessalônica (1 Ts 3.2,6), Corinto (1 Co 4.17; 16.10), Filipos (Fp 2.19,23) e Éfeso (1 Tm 1.3). Paulo escreveu duas cartas pastorais para seu filho na fé e cooperador: primeira e segunda Epístola de Paulo a Timóteo. Embora Paulo mencione Timóteo no início de sua carta aos Colossenses, não devemos pensar que ele teve alguma participação na escrita. Apenas Paulo é o autor da carta de Colossos, note que por toda a carta ele usa as Palavras, “eu, Paulo” (Confira Cl 1.23; 1.24-2.5; 4.3,7-18).


Notas:
¹ Vimos anteriormente que a igreja de Colosso foi fundada por Epafras, “amado conservo e fiel ministro de Cristo” (Cl 1.7). Quando Paulo escreveu esta carta, ele estava em prisão domiciliar em Roma (Cl 4.3,10, 18) e Epafras visitou Paulo preso e contou ao apóstolo sobre a fé dos irmãos em Colossenses e os estranhos ensinamentos que ameaçavam a saúde da igreja (Cl 4.12-13).

² O Apostolo Paulo foi um Apostolo especialmente comissionado aos gentios (Rm 11;13; Gl 2.8). Paulo não fora discípulo de Cristo em seu ministério terreno, mas apesar disto, Jesus o comissionou diretamente na Estrada de Damasco (Atos 26.12-18). Na estrada de Damasco, Paulo não teve apenas uma visão, mas o próprio Cristo apareceu pessoalmente a ele e o comissionou ao Apostolado aos gentios. Paulo foi testemunha ocular da Ressurreição de Cristo e comissionado diretamente por Cristo. O chamado de Paulo foi especial, para ser um Apostolo para os gentios. Paulo se considerava o Apostolo fora de tempo, o último a quem Jesus apareceu (1 Co 15.3-11). Tiago, Pedro e João aceitaram a Paulo como um verdadeiro Apostolo de Cristo (Gálatas 2.9), e Deus confirmou sua condição de apóstolo pelo sinais e milagres dignos de um apóstolo (2 Co 12.12; Hb2.3-4) e pelos frutos de seu ministério (1 Co 9.2). Os Apóstolos têm um paralelo com as doze tribos de Israel. As tribos de Israel eram doze, mas a tribo de Judá se dividiu em duas, sendo assim como se fosse treze. Semelhantemente o Apostolado eram doze, mas com a morte por traição e suicido de Judas Iscariotes, Cristo acrescentou Matias no lugar de Judas e a Paulo como apostolo para os gentios, sendo assim como se fosse treze.

Bibliografia:
João Calvino, comentário aos Colossenses, editora Fiel.
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo NVI, editora Vida.

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domingo, 3 de julho de 2016

O Propósito da carta de Colossenses

A igreja de Colossenses estava ameaçada por heresias gnósticas, judaicas e o paganismo da região. Os gnósticos eram um grupo místico que acreditavam ter um acesso especial ao conhecimento divino, e sua religião eram uma mistura e combinação sincretista de várias ideias da filosofia oriental, filosofia grega e alguns elementos do cristianismo. Os gnósticos impunham uma visão que reduzia a pessoa de Jesus Cristo como apenas um anjo. Os gnósticos praticavam várias formas de culto a anjos. Junto aos gnósticos, judeus perturbavam a igreja em Colossos com os falsos ensinos de a necessidade do Cristão em guardar festas e cerimonias da antiga aliança. Outros perigos que ameaçava a igreja de Colossos eram toda sorte de paganismo que florescia na cidade de Colossos e toda região da Ásia menor. Como combate a essas heresias, o apóstolo Paulo mostra em sua carta a superioridade de Jesus Cristo sobre os anjos e todas as coisas, sua suficiência para nossa salvação e a necessidade de vivermos em santidade nEle.

Cartas da Prisão de Paulo - R. C. Sproul

Por causa da pregação do evangelho, o apóstolo Paulo passou por muitas prisões e quatro de suas cartas foram escritas quando em cadeias: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon.  Segue excelente exposição gerais de R. C. Sproul sobre as Epístolas da Prisão de Paulo.



21ª Mensagem
Do Pó à Glória: Um Panorama da Bíblia com R. C. Sproul
R. C. Sproul
Epístolas de Prisão
DVD - 3

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Considerações sobre a Cidade de Colossos

Para compreendermos melhor a carta de Colossenses, é importante conhecer a cidade de Colossos na época em que a carta foi escrita. A carta de Colossenses menciona três cidades, Colossos (Cl 1.2), Laodicéia (Cl 2.1; 4.13-16) e Hierápolis (4.13). Estas três cidades estavam localizadas na Ásia menor, no vale do Lico, conforme mapas abaixo.
*Mapas do comentário do NT aos Colossenses de William Hendriksen, pag. 261, 262, editora Cultura Crista (CEP).

O vale de Lico onde as cidades de Colossos, Laodicéia e Hierápolis se localizavam, era uma região de atividade vulcânica e atormentada por muitos terremotos. Entretanto, por causa do solo vulcânico, o solo na região era fértil, com excelente vegetação para criação de rebanhos. Haviam também em Hierápolis fontes de águas quentes e proporcionavam banhos como lazer e fins medicinais.

Nos tempos de Paulo e Epafras, a cidade de Colossos era a menos prospera das três. Colossos tivera um passado de prosperidade, mas enfrentava a decadência econômica frente as suas duas cidades vizinhas que crescia e se desenvolvia mais prosperas (Laodicéia e Hierápolis). A cidade de Laodicéia tinha um forte centro industrial, comercial e operações bancarias, famosa pela excelente lá negra de seus carneiros (Ap 3.14-22). A cidade de Hierápolis com muitas fontes de aguas quentes por toda cidade, traziam muitos turistas para o lazer e fim medicinais. Em Hierápolis o turismo movimentava e alavancava a economia. O povo de Hierápolis associava a água quente e as cavernas profundas aos deuses e por isso havia muitos templos pagãos na cidade. Frente à prosperidade de Laodicéia e Hierápolis, a cidade de Colossos era a menor e menos próspera. A cidade de Colossos era, portanto, a menor e menos importante das três cidades da Ásia menor.

Os habitantes de Colossos se compunham de habitantes naturais da Frígia, região centro-oeste da Ásia Menor, pagãos idolatras que adorava várias divindades. Havia também entre os habitantes da cidade de Colossos um grande número de Judeus que prosperavam no comércio de lã tingidas e outros negócios. Portanto, a igreja de Colossos estava em meio de pagãos idolatras e judeus sob antiga aliança.
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Bibliografia:
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).

Biblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Autoria da Carta de Colossenses e data

A carta de Colossenses foi escrita pelo apóstolo Paulo e vemos isso claramente no prefácio de sua carta: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus” (Cl 1.1) e também em suas saudações finais “A saudação é de próprio punho: Paulo” (Cl 4.18). O Apostolo Paulo tinha o costume de ditar sua carta para um companheiro escrevê-la, e no final da carta ele escrevia a saudações de seu próprio punho, para que os irmãos autentificassem sua autoria ao receber sua carta (Rm 16.22; 1 Co 16.21; Gl 6.11; Cl 4.18; 2Ts 3.17). Os inimigos do Evangelho de Cristo empregaram seus meios e na época de Paulo, falsas cartas escritas supostamente por ele estavam circulando, portanto, era necessário que Paulo identificasse suas verdadeiras cartas com sua própria letra e assinatura.

A provável data da carta aos Colossenses é em aproximadamente 60 d.C.  A igreja de Colosso foi fundada por Epafras, “amado conservo e fiel ministro de Cristo” (Cl  1.7). Quando Paulo escreveu esta carta, ele estava em prisão domiciliar em Roma (Cl 4.3,10, 18) e Epafras visitou Paulo preso e contou ao apóstolo sobre a fé dos irmãos em Colossenses e os estranhos ensinamentos que ameaçavam a saúde da igreja (Cl 4.12-13). Para correções das heresias que assolavam a igreja, Paulo escreveu essa carta aos Colossenses, para que os irmãos mantivessem firmes na verdadeira fé em Cristo Jesus, conforme foram instruídos por Epafras.


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Bibliografia:
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).

Biblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).

Carta de Paulo aos Colossenses - Apresentação

Darei início a esse Blog, com a exposição da Carta de Paulo aos Colossenses. Se o Senhor permitir, toda semana um novo comentário será postado.

A carta de Colossenses é revigorante aos Cristãos, pois ela nos ensina sobre a supremacia e suficiência de Cristo Jesus em nossas Vidas. O nome de Jesus está tão corriqueiro e comum nos meios sociais e televisivos que a maravilha da sua Pessoa pode nos passar despercebidos e por outro lado, muitas heresias a respeito de Cristo também podem ser combatidas pela exposição de Colossenses.

A proposta da minha exposição da carta de Colossenses é ser simples, mas sem dispensar o verdadeiro conteúdo. É um desafio enorme expor aquilo que inesgotável, o que posso fazer então é apenas expor segundo os limites que o Senhor tem me concedido, na esperança que seja fiel e útil para seu Reino. Que nosso Senhor me ajude a sair de cena e que a Palavra de Deus seja exposta e fale a nossos corações.

Usarei como base, a tradução Revista Atualizada das Escrituras Sagradas, considerada a melhor tradução em português do Novo Testamento.